Empresas apostam na honestidade para conquistar o público
- thegabriellasouza
- 3 de jun. de 2019
- 2 min de leitura
Comerciantes fazem sucesso por não estabelecerem preços nos seus produtos
ANA BEATRIZ ARAÚJO
Fonte: TripAdvisor
Curto Café, Centro do Rio
Em tempos de crise, as empresas acreditam na honestidade do público. É um meio de conquistar a clientela e apresentar uma nova forma de consumo. Os estabelecimentos aboliram a presença do caixa e não estabelecem preços em seus produtos. O objetivo é apostar na consciência dos clientes.
Em 2014, o Curto Café, localizado no centro do Rio de Janeiro, ficou popular por não determinar preços em seus cappuccinos. Quem chega na cafeteria encontra um quadro negro com as despesas do local: material, contas... Ao lado, há um potinho para o dinheiro ser colocado. O próprio consumidor paga e pega o seu troco. É uma forma das pessoas ajudarem o negócio, contribuindo para as contas não fecharem no vermelho:
— Há anos atrás me deparei com essa cafeteria diferente. Quando fui pagar o atendente disse que o valor seria o que eu achasse conveniente. Achei estranho, pois num local como o Rio, pagar o valor que quisesse… Onde já se viu? Mas para minha surpresa, o Curto Café se manteve até hoje! Agora tem até pizza e cerveja! Adorei! — afirma a vendedora Michele Tardani.
Um dos sócios do Curto Café, Sharlie Oliveira, conta que a ideia surgiu quando alguns clientes deixaram de consumir o café por não ter o dinheiro exato que era cobrado:
— Tem gente que, no início do mês, paga R$ 5 num cappuccino. Mas, no final, com a grana mais curta, só pode pagar R$ 1,50. Não é porque a pessoa não tem dinheiro que vai ficar sem o café. A ideia não é essa. O objetivo é ir além da relação empresa-cliente e fortalecer laços com o consumidor.
Na zona sul da cidade, as Lojas Americanas adotaram um sistema parecido. Foi disponibilizado caixas de autoatendimento onde os clientes podem registrar sozinhos suas próprias mercadorias. Basta passar o código do produto e fazer o pagamento diretamente no cartão. Como é uma prática recente, ainda há a fiscalização do segurança do estabelecimento:
— É um sistema prático que permite que o consumidor participe ativamente de todo o processo de compra. Além disso, os caixas de autoatendimento impulsionam as vendas, pois contribui para o desempenho operacional das lojas, principalmente em dias de alto fluxo — afirma as Lojas Americanas.
Na Universidade Federal do Estado do Rio (UNIRIO), pequenos comerciantes expõem seus produtos no chamado “murinho da honestidade”. Alunos, professores e funcionários podem escolher lanches como bolos e salgados e deixar o dinheiro em pequenos cofres. O valor é exposto numa placa, mas muitos consumidores pagam mais como uma forma de apoiar a iniciativa:
— Os produtos têm preços justos. Por trás de cada um deles, há um trabalho que é reconhecido pelos alunos. Nunca tive problemas com pessoas que não pagam os meus doces —conta o comerciante Vinicius Cunha.
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