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Cerca de 150 mil manifestantes se reúnem na Candelária contra bloqueio do MEC

  • Foto do escritor: maria machado
    maria machado
  • 21 de mai. de 2019
  • 3 min de leitura

Reforma da previdência e defesa da lei de cotas também foram pautas do

protesto.

Por Aldo Medeiros


No último dia 15, estudantes e trabalhadores foram ao centro do Rio

protestar contra as medidas do governo. As avenidas Presidente Vargas e Rio

Branco foram interditadas pelos manifestantes. Segundo a organização do

evento, por volta 150 mil pessoas foram ao protesto, a PM não divulgou

estimativa.


A manifestação ocorreu de forma pacífica durante todo o seu percurso.

Após o anúncio do término do ato, houve confronto com a polícia, bombas e

um ônibus foi incendiado.


O principal motivo da manifestação foi o bloqueio de 24,84% dos gastos

não obrigatórios das instituições federais. Esses gastos incluem contas de

água, luz, compra de material básico e investimento em pesquisas. O MEC diz

que há a possibilidade de liberar a verba no segundo semestre caso a

arrecadação de impostos aumente.


Em Dallas, Estados Unidos, Bolsonaro chamou os manifestantes de

“idiotas úteis”, “imbecis” e “massa de manobra”, o que revoltou ainda mais os

participantes do ato. Mais tarde, o porta-voz da presidência, General Otávio

Rêgo Barros, afirmou que as manifestações são “Legítimas e democráticas,

desde que não se utilizem de violência, nem destruam o patrimônio público.”


Os organizadores consideraram o protesto um sucesso e já organizam

uma nova manifestação para o dia 30 desse mês. A expectativa é que o

próximo ato seja maior que o do último dia 15.


Alunos da UFRJ foram em massa para o protesto, a instituição será

diretamente afetada pelo congelamento. Em 2018, segundo o portal de

transparência do Governo Federal, 39% do orçamento da universidade foi

destinado ao pagamento de contas e fornecedores e 37% a serviços

terceirizados. Estas despesas não são obrigatórias, logo terão a verba

destinada, parcialmente bloqueada, o que dificulta a manutenção da mesma .


A estudante Ana Beatriz Cantidiano, membro do Centro Acadêmico de

Pedagogia da UFRJ, não acredita na liberação da verba no segundo semestre

e na união dos estudantes como principal ponto positivo “Pra mim, o ato do dia

15 foi importante pro movimento estudantil se unir, estudantes ‘neutros’

construíram junto. Foi importante pra unir professores e estudantes também.

Não acredito na liberação da verba, acredito que faça parte de um projeto de

desmonte da educação pública, onde precariza a educação e leva o povo a

acreditar que a privatização é a melhor saída.”


Apesar de não serem diretamente ligados ao governo federal,

estudantes e professores da Uerj foram ao ato em prol de investimentos na

educação e com pautas próprias como a defesa da lei de cotas e contra a

reforma da previdência.


O estudante e representante do Centro Acadêmico de Geografia da Uerj,

Victor Hugo Arona, acredita que a principal importância da participação dos

discentes e docentes no ato é ter a consciência da unidade, além de defender

as pautas próprias “Como estudantes de universidade pública, precisamos

entender que estamos no mesmo barco e podemos sofrer esses ataques do

governo do Estado. Além disso, defender a manutenção das políticas de cotas

raciais na Uerj e pautas em comum para além dos possíveis cortes, como a

defesa de uma previdência que de fato auxilie os contribuintes.”


A manifestação teve apoio, inclusive, de instituições particulares. Como

a PUC que não aplicou provas e não deu faltas no dia 15. Raquel Lima, aluna

de Administração na PUC, aprovou as medidas de apoio da instituição e

acredita na importância da união pela educação “Acho que todos os alunos,

independentes de estarem em universidades públicas ou privadas, devem lutar

contra o congelamento de gastos na educação, uma vez que isso prejudica

toda a sociedade. Acho importante o apoio de instituições privadas pois reflete

uma homogeneidade na luta pela educação”


Muitos trabalhadores também participaram do ato. A professora de

educação básica, Eliziane Cristina acredita que o protesto é a melhor forma de

repudiar ações do governo e que esse bloqueio prejudica toda a população

“Essas manifestações são a melhor forma de se organizar contra as medidas

ruins dos governos. Com esse congelamento, como as pesquisas nas

universidades vão continuar? Como vão fazer mais pesquisas? São coisas

que beneficiam toda a população. Estão errados se acham que faculdade é

balbúrdia.”

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