Circuito de Brechós reúne jovens na Baixada
- Jornalismo UERJ
- 6 de mai. de 2019
- 2 min de leitura
A retomada da moda ‘vintage’ do anos 90 e a desmonte da ideia negativa do
brechó ocupam a Baixada Fluminense

Por Nathália Silva
No último sábado de abril (28), ocorreu o 3° Encontro de Brechós da Baixada. O evento
reúne diversos brechós, sejam virtuais ou físicos, para troca de roupas entre os
empreendedores e venda para o público. O crescimento dos brechós dentre a juventude
carioca têm sido notável. Isso se dá pelo resgate das roupas vintage dos anos 90 e a
desconstrução da ideia negativa de comprar roupas usadas por um custo baixo.
Calça de cós altos, camisas de botão estampadas, pochetes, tops fluorescente. Para além
de economizar, os consumidores de brechós buscam a moda vintage. Se antes roupas
dos anos 90 eram consideradas “cafonas”, hoje há uma busca em se aproximar desse
estilo despojado.
Segundo a Designer de moda e idealizadora do Encontro, Brunna Campos a retomada
da década de 90 se deu pela inspiração de séries e novelas que tem o enredo baseado
nessa época. "A construção do imaginário social que essas narrativas transmitem
adentram no meio social real e o jovem que se identifica com a séria e/ou personagem
toma pra si suas vestimentas fazendo com que se sinta meramente adequado a
contemporaneidade", diz Brunna. Além da influência das mídias sociais: digital
influencers que utilizam esse tipo de roupa e exibem os looks nas redes para seus
seguidores.
Os idealizadores do evento e proprietários de brechós têm entre 19 e 24 anos. Segundo
eles, o empreendimento juvenil independente gera uma autonomia e certeza de lucro.
Além disso, a identidade visual dos brechós virtuais nas mídias sociais é a prova que a
influência juvenil faz toda diferença nesse empreendimento. Os feeds no Instagram são
organizados por cores, peças ou tamanhos. “Eu me preocupo bastante com isso,
inclusive vou dar uma mudada agora. Vou criar uma nova identidade visual, eu mesma
que faço... Eu acho que um feed bonito chama mais cliente”, diz Cíntia Vasconcellos,
proprietária do Brechó 54 e participante do Circuito.
Os organizadores do evento são majoritariamente jovens moradores da Baixada
Fluminense. A importância de programações como essa em uma região que é rodeada
por periferias faz com que jovens tenham acesso a roupas da moda por um preço
baixo.Visto que é mais habitual ver esses projetos na Zona Sul do Rio com peças mais
caras voltadas para um público bem diferente. Além do mais, o evento se compromete
em trabalhar com preços baixos. Com o estouro desse empreendimento, tornou-se
comum o aumento dos dispêndios de peças em regiões, o que vai contra a todos os
princípios de brechós.
O evento acontece de 3 em 3 meses na Praça dos Direitos Humanos, em Nova Iguaçu.
Além dos encontros dos brecholeiros, conta com a participação de bandas da Baixada.
Comments