Desemprego no Brasil motiva crescimento do empreendedorismo digital
- Jornalismo UERJ
- 6 de mai. de 2019
- 3 min de leitura
Pesquisas apontam mudança na relação trabalhador x empreendedorismo

Por Dayane Campos
O IBGE divulgou que a porcentagem de desemprego subiu para 12,4% no trimestre encerrado em fevereiro de 2019. O aumento foi considerável se comparado ao perído referente ao ano de 2012. A taxa de desemprego é uma consequência direta da crise de 2014, que teve seu agravamento em 2015 e 2016. Esse processo contruibuiu para a segmentação de mercado fazendo com que as pessoas procurem mercados alternativos e o empreendedorismo.
Em meio à crise e a falta de capacitação profissional, diversas pessoas têm buscado na internet e no empreendedorismo uma forma de construírem sua renda. Gleice Studenski, de 21 anos, recém-formada em Nutrição aproveitou a Páscoa para poder criar um negócio de venda de ovos de colher saudáveis. “Ao realizar alguns cursos de gastronomia e ver a necessidade de alguns pacientes que tinham o foco de seguir a dieta durante a Páscoa e por ter uma grande dificuldade em arrumar um emprego fixo, aproveitei este período do ano. A internet me ajudou muito a buscar receitas para testes e recheios”, afirmou a estudante.
Nesse sentido, o empreendedorismo digital pode ser compreendido como um modelo que oferece produtos e serviços através da internet. Com o custo inicial mais baixo, sem barreiras geográficas e flexibilidade, ele se torna um negócio de fácil manuseio, porém não de menos trabalho, é o que afirma a entrevistada Mayara Barros, de 21 anos, estudante de Direito e maquiadora. “Sinto uma concorrência muita grande, porque os profissionais dessa área são muitos, mas eu procuro ser um diferencial, atender muito bem minhas clientes e acredito que com a internet eu posso alcançar um público maior e divulgar meu trabalho. ”

O empreendedorismo tem sido cada vez mais crescente e impulsionado pelo aumento do desemprego que representou a entrada de 892 mil pessoas na população desocupada, totalizando 13,1 milhões de trabalhadores nessa condição. Helena Gomes, estudante de jornalismo de 20 anos se encontra entre essa porcentagem. Conseguindo renda através da confecção de bordados. A jovem disse que de um hobby adquirido nas férias, resolveu se aperfeiçoar através de uma plataforma de cursos online chamado Eduk. A partir do conhecimento adquirido a estudante começou a expor seu trabalho nas redes sociais, onde seus posts se tornaram virais. Essa repercução a incentivou na criação de sua própria loja online. ”A minha maior experiência não foi o bordado em si, mas como empreender. Pude entender mais o funcionamento das redes sociais para um negócio e como elas são importantes para divulgar meu trabalho, ou o trabalho de qualquer empreendedor e como não tenho loja física, eu uso as ferramentas digitais para conseguir vender o meu produto e aprender mais”, afirmou a jovem que também opinou sobre o crescimento do empreendedorismo: “Muitas pessoas se voltam para o empreendedorismo como uma alternativa para superar o desemprego”.

Sem trabalho adequado, a opção de muitos brasileiros foi trabalhar por conta própria para, muitas vezes de formas improvisadas, se tornarem pequenos empreendedores e garantirem sua fonte de renda. Em 2014 foi estabelecido pelo Codace (Comitê de Datação de Ciclos Econômicos), da Fundação Getúlio Vargas, que a economia brasileira entrou em recessão no segundo trimestre de 2014, no momento em que a economia passou a produzir menos e seus efeitos foram se expandindo anos depois. O empreendedorismo forçado como um efeito da crise de 2014 também foi identificado pelo Sebrae ( ). Ele se dá quando a pessoa é obrigada a montar o próprio negócio por falta de trabalho ou renda, mas muitos são os que atualmente enxergam esse empreendedorismo como uma solução.
Amanda de Oliveira, de 38 anos e dona de casa trabalha com confeitaria e afirma que: “Não me sinto segura financeiramente por ter uma filha bebê, mas que em anos busco investir mais em conhecimento e aperfeiçoamento para meu trabalho”. Perguntada sobre a burocrácia para a criação de negócios e de seus direitos a confeiteira acha que deveria ser menos burocrático e diz que se sente realizada ao trabalhar com o sonho dos outros.
O empreendedorismo tem crescido cada vez mais mudando o cenário do mercado de trabalho. Embora empreender seja um trabalho autônomo, o trabalhador possui direitos. Essas garantias valem tanto para o trabalhador autônomo que não tenha a carteira assinada, quanto para o Microempreendedor Individual (MEI), são eles:
- Auxílio-doença, auxílio reclusão, salário maternidade, pensão em caso de morte e aposentadoria por idade, invalidez, por tempo de contribuição ou especial e outros.
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