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Evasão escolar ainda é um dos grandes problemas da educação brasileira

  • Foto do escritor: Thulany Dhara
    Thulany Dhara
  • 21 de mai. de 2019
  • 3 min de leitura

Na luta contra a evasão escolar, professores buscam atrair o interesse dos alunos e inovam em sala de aula



Prova da professora Elika (Foto: reprodução/Facebook)


Thulany Dhara


Em novembro de 2015 a professora Elika Takimoto, atualmente coordenadora de Física do Ensino Médio e Técnico do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ), viralizou nas redes sociais. Aproveitando o centenário da publicação da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, Elika aplicou uma prova a seus alunos sobre o assunto. No entanto, a prova fugia do comum e continha apenas uma questão: Com isso tudo que foi posto e colocado de forma bem resumida mais suas lembranças de nossas discussões em sala, formule no mínimo cinco perguntas sobre esse tema fascinante. A professora incentivou os alunos a pesquisar na internet, durante a prova, sobre o assunto já que, de acordo com a própria Elika, o intuito era sair dos padrões do sistema tradicional de ensino incentivando os estudantes a questionar, debater, pesquisar e não a responder. Além da surpresa da pergunta, as respostas dos alunos também foram inesperadas. A professora Elika declarou que nunca tinha se divertido tanto e que leu perguntas que grandes filósofos da ciência já fizeram em outros contextos.



Foto: reprodução/Facebook

Foto: reprodução/Facebook


Elika Takimoto é uma entre vários professores que buscam fugir dos métodos tradicionais de ensino para conquistar o interesse dos alunos no assunto da matéria e dessa forma combater um problema muito persistente, não só no Rio de Janeiro, como em todo o Brasil: a evasão escolar. De acordo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 63,5% dos jovens com 19 anos concluíram o ensino médio em 2018, ou seja, quase quatro em cada dez brasileiros não chegaram até o fim. Em levantamento realizado pela PnadC referentes a 2016 o principal motivo para o afastamento dos jovens, entre 14 e 19 anos, das salas de aula foi o trabalho. Já a segunda causa traz à tona um dos grandes desafios da educação brasileira, a atratividade. De acordo com 19,7% dos jovens, as aulas não são interessantes, e por isso eles não estão no sistema.


“De certa forma abandonei o quadro e, hoje, lanço mão da leitura comentada, porque quando faço o comentário é quando produzo meu texto, de corpo presente, durante a aula. O aluno precisará acompanhar uma linha de raciocínio que estarei desenvolvendo.” Declarou o professor de Arte, Filosofia e Projeto de vida do Colégio Estadual Brigadeiro Castrioto (Cebric), Celso Eduardo Santos, sobre seus métodos para sair da forma de ensino tradicional e inovar em sala de aula. “Essa forma de ministrar aula exige muito mais do professor e também do aluno porque os dois não poderão estar passivos em relação ao que está sendo trabalhado. Desta forma estou, mais do que simplesmente passando um conteúdo para o aluno, fazendo um convite para que ele pense o assunto junto comigo.”, concluiu o professor.


Foto: Douglas Macedo

Entretanto, não é só o Ensino Médio que sofre deste problema. De acordo com o Censo da Educação Superior publicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 49% dos alunos que ingressaram no ensino superior em 2010 abandonaram os cursos dentro de um período acumulado de cinco anos. Nas instituições públicas a evasão chegou a 47% nas municipais, 38% nas estaduais e 43% na federais. Já nas faculdades privadas esse número aumenta chegando a 53%, sendo que 30% desses alunos abandonam o curso nos primeiros períodos. Os fatores que contribuem com essa situação são vários, vão de modelos pedagógicos inadequados e falta de identificação com o curso até lacunas da formação na educação básica e problemas financeiros.


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