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Sociologia e filosofia podem voltar a ser obrigatórias no Ensino Médio

  • Foto do escritor: Jornalismo UERJ
    Jornalismo UERJ
  • 6 de mai. de 2019
  • 3 min de leitura

Iniciativa popular é aprovada pela Comissão de Direitos Humanos no Senado e passa a tramitar como projeto de lei


(foto: Revista Educação)

Por Jhennifer Neves


A sugestão popular SUG 20/2018 reinsere filosofia e sociologia como disciplinas obrigatórias no Ensino Médio. A inciativa é de autoria do professor gaúcho Ricardo Reiter e recebeu apoio de cerca de 140 mil pessoas no portal e-cidadania, segundo Agência Senado.Aprovada no último dia 25 de abril pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), sugestão agora passa a tramitar como projeto de lei pelas outras comissões do Senado Federal.


Depois da reforma do ensino médio no governo do então presidente Michel Temer da e aprovação da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), apenas o ensino de português e matemática passaram a ser obrigatórios nos três anos do ensino médio.



O senador Romário (Pode-RJ) acatou a ideia legislativa e declarou que sociologia e filosofia são “base para o pensamento crítico e a formação cidadã do aluno.”


Romário, em seu parecer favorável à sugestão,defende que“a Constituição de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) estabelecem que a educação tem três finalidades: o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Daí a importância do ensino da filosofia e da sociologia para o desenvolvimento do senso crítico do estudante.”


Guilherme Nery Atem, professor da Universidade Federal Fluminense formado em comunicação social e especializado em filosofia contemporânea, considera fundamental o contato dos jovens com filosofia e sociologia na escola:


“Se essas disciplinas são retiradas,os alunos deixam de ter contato com questões que são estimuladoras de uma consciência social. A escola e a universidade não devem formar apenas profissionais. Devem formar também cidadãos”, diz Atem.


Descentralização do investimento em faculdades de sociologia e filosofia


Se no Senado tramita um projeto de lei que pretende reinserir filosofia e sociologia como disciplinas obrigatórias no ensino médio, no último dia 26 de abril, o presidente da república, Jair Bolsonaro (PSL-RJ), afirmou em uma rede social que o ministro da educação, Abraham Weintraub,estuda “descentralizar” o investimento em faculdades de humanidades, como sociologia e filosofia e que pretende focar em áreas que “gerem retorno imediato ao contribuinte” e usou cursos de medicina veterinária, engenharia e medicina como exemplos.



O presidente, ainda por redes sociais, disseque a função do governo é “respeitar o dinheiro do contribuinte” e que isso, segundo ele, se faz “ensinando para os jovens a leitura, a escrita e a fazer conta.”


Declarações de Bolsonaro foram recebidas por críticas, principalmente no meio acadêmico. Formado em filosofia e professor da disciplina, Mohandas Souza,diz não existir centralização na área.


“Não existe centralização em humanidades, muito menos em filosofia e sociologia.” Afirma. “Ambas têm poucos alunos e as pesquisas nessas áreas são relativamente baratas se comparadas a pesquisas em outras áreas que precisem de laboratórios e insumos tecnológicos, biológicos, químicos.”, explica.


O acadêmico acredita ser ideológica a razão para o governo pretender diminuir investimento em áreas de humanidades: “O que transparece é a guerra ideológica do governo contra qualquer pensamento autônomo e crítico”, conclui Mohandas.


A Associação Nacional de Pós-graduação em Filosofia (ANPOF), a Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais (Abecs) e outras 7 entidades ligadas a áreas de humanidades divulgaram, em nota, seu repúdio a declarações do president Jair Bolsonaro e do ministro da educação e defenderam a importância da área:


“O ministro e o presidente ignoram a natureza dos conhecimentos da área de humanidades e exibem uma visão tacanha de formação ao supor que enfermeiros, médicos veterinários, engenheiros e médicos não tenham de aprender sobre seu próprio contexto social nem sobre ética, por exemplo, para tomar decisões adequadas e moralmente justificadas em seu campo de atuação.”em-vindo ao post no seu blog. Use este espaço para conectar-se com seus leitores e com seus clientes potenciais de uma forma atualizada e interessante. Pense nisso como uma conversa na qual você pode compartilhar atualizações sobre o negócio, tendências, notícias e muito mais.

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