Projeto Mawon ajuda imigrantes no Brasil
- Thulany Dhara
- 27 de mai. de 2019
- 2 min de leitura
Fundador afirma que valorização cultural é uma ferramenta de integração
Adrielli Picanço
Em meio à crises políticas e econômicas no Haiti, nativos vão para o Brasil em busca de melhores condições de vida, assim, surgem projetos com o objetivo de proporcionar a inclusão social dos imigrantes através de sua cultura. Como é o caso da Mawon, uma iniciativa fundada legalmente em 2017 por Robert Montinard, haitiano, com um significado: “Mawon é uma palavra em creole que significa mudança, evolução e também fuga. Ela foi um movimento dos escravos para fugir da escravidão. Hoje, no contexto da imigração, refugiado é fuga, é também a busca por um projeto de vida”, contou o fundador
A proposta do movimento é auxiliar os imigrantes nos processos jurídicos e culturais no Brasil. A Mawon oferece ajuda na obtenção do passaporte e da identidade, auxilia na matrícula em escolas e o acesso ao cartão do SUS, oferece curso de português. O projeto também serve como articulação entre os imigrantes e empresas brasileiras.
Integração é o elemento fundamental da Mawon, pois visa a partir da valorização cultural a permanência eficaz dos imigrantes. Para isso, o projeto defende a produção cultural entre as diversidades nacionais. “Para integrar os imigrantes tentamos passar as ferramentas para que eles possam ser e viver como uma pessoa, e não como refugiado” afirma o Robert.
A saudade da família, da comida e das festividades causam grande tristeza. Nesse sentido, como forma de preservar seus costumes, a Mawon incentiva utilização da música, da comida e do idioma presente nas relações sociais dos imigrantes. O projeto desenvolveu a banda Terremoto Clandestino que atrai imigrantes, refugiados e brasileiros em uma festividade nacional, o Carnaval. “A banda tem 20 pessoas de vários países diferentes, é um trabalho coletivo. Tem gente que vai atrás de cachê e comitê pra tocar o projeto. Essa ação é uma forma que a gente achou pra fazer a integração”, conta Robert.
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