Recados em banheiros de universidades públicas melhoram a autoestima de alunas
- Jornalismo UERJ
- 6 de mai. de 2019
- 2 min de leitura
Escritos nas paredes ou em ‘post-it’, os bilhetes são uma forma de desabafo anônimo

Por Helena da Costa Gomes
Uma aluna de Letras da Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ), que não quis se identificar, contou que quando seu pai ficou doente, sua ansiedade piorou e ela se isolou. Porém, um dia, quando foi ao banheiro e fechou a porta, leu o recado “Você não é inútil” e começou a chorar de emoção: “Eu me senti alguém quando estava me sentindo inútil e ler isso foi muito bom pra mim. Sempre que leio, me lembro desse dia e abro um sorriso imenso. Sofro de TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) associado a depressão e, quando vejo esses gestos de carinho, me sinto muito bem e quero transmitir”.
Bilhetes positivos como esse estão espalhados pelos banheiros femininos das universidades públicas cariocas e ajudam a melhorar a autoestima das mulheres. Seja em forma de post-it ou escrito nas paredes e portas, os recados anônimos também se tornam um meio de desabafo. Alguns viram um diálogo nas portas das cabines e os que são escritos em post-its fazem parte do projeto Anjos Anônimos.

A estudante de Jornalismo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Dayane Campos, acha “muito importante que existam meios para incentivar e motivar as mulheres, afinal a sociedade já nos oprime o bastante e, quando estamos na universidade, tudo fica mais difícil e intenso”. O sentimento de união não se restringe aos banheiros.
O projeto dos recados motivou meninas a querer melhorar a relação das pessoas em sociedade. Thamiris, estudante de Pedagogia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), disse que terminou 2018 com o desejo de ajudar mais o outro ao longo do ano: “Depois que conheci o Anjos Anônimos, me interessei pelo projeto e resolvi participar. Também quis levar amor e compartilhar sorrisos.”

Para a Assessoria da Uerj, os recados são uma iniciativa positiva que tenta valorizar as mulheres, mas a universidade é um patrimônio público e deve ser preservado. Segundo Ramon Trindade, assessor de comunicação da Uerj, “o projeto nos banheiros é interessante, mas quem picha o banheiro, sabe que é errado. Quem faz isso como uma iniciativa positiva, colocando na parede, acaba legitimando a ação que é ruim.” Para a aluna Dayane Campos, porém, “os bilhetes criam empatia, não como ato de vandalismo e depredação, mas como ato de mostrar que mulheres se entendem e se apoiam.” Bem-vindo ao post no seu blog. Use este espaço para conectar-se com seus leitores e com seus clientes potenciais de uma forma atualizada e interessante. Pense nisso como uma conversa na qual você pode compartilhar atualizações sobre o negócio, tendências, notícias e muito mais.
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