Restaurantes Universitários: A refeição saudável dos estudantes da rede pública.
- Thulany Dhara
- 27 de mai. de 2019
- 3 min de leitura
Conhecidos como “bandejão”, restaurantes universitários são fonte de proteínas e carboidratos na rotina dos jovens.

Foto: Leo Martins
Carolline Mendonça
Trabalhos, seminários, provas, estágio, o caminho até a faculdade, entre outros, são fatores que prejudicam a vida do estudante. Grande parte dos alunos da rede pública são submetidos a uma extensa carga horária com irregularidades que não permitem a criação de uma rotina e/ou um hábito nos horários de refeição.
A melhor opção para os alunos se alimentarem é um dos grandes provedores, em potencial, de comida boa e barata, o Restaurante Universitário (RU), popularmente chamado de bandejão. A nutricionista responsável pelo RU da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Fernanda Moreira Fernandes, contou que o cardápio é montado a partir de um documento interno que contém os alimentos que podem ser disponibilizados. Baseado nele, esses profissionais buscam sempre pelo equilíbrio na alimentação ao montar os pratos da semana - fator essencial para uma vida saudável, da qual os universitários necessitam para enfrentar sua rotina. Pensando neles, Fernanda e a equipe de nutrição do bandejão recomendam que a alimentação fora do RU também seja balanceada, com a presença de cereais, produtos integrais e 5 refeições diárias.
“É extremamente importante que os jovens se preocupem com sua alimentação diária, pois ela interfere no seu desempenho durantes as aulas e no ambiente de trabalho. Uma alimentação saudável deve fazer parte das nossas preocupações no dia a dia.” explicou Fernanda.
O consumo de alimentos variados, como carboidratos, proteínas e verduras, além de ajudar na melhora da atividade cerebral, contribui para o sono, ele é importante por permitir ao cérebro que elimine as toxinas acumuladas no corpo ao longo do dia, fornecendo mais espaço para que novas informações possam ser gravadas na memória e evita problemas na hora da prova, pois uma alimentação balanceada é imprescindível para que, inclusive nos momentos das provas, os jovens não percam o foco. Isso porque o consumo de certos produtos, como leite e refrigerantes, antes ou durante uma atividade que envolve concentração, pode fazer com que ele tenha quedas de pressão, problemas de estômago ou façam ele se sentir ainda mais letárgico, ou seja, com muito sono.
Além do equilíbrio encontrado no cardápio do RU, o preço é outro fator importante na vida dos universitários. No Rio de Janeiro, o valor do bandejão nas universidades públicas varia entre 0,70 centavos na Universidade Federal Fluminense (UFF) e 3,00 reais para estudantes não bolsistas na Uerj, um preço claramente acessível tendo em vista que muitos são jovens de baixa renda e em busca de um emprego.
“Sinceramente, o almoço é a minha melhor refeição do dia. Como eu moro longe da faculdade, tomo um café da manhã bem corrido e mal feito, na janta estou tão cansada que só quero dormir o mais rápido possível, então o único momento que eu tenho para comer algo saudável e com calma é no bandejão.” Contou Tainara Passos estudante de Comunicação Social na UFRJ.
Um problema que, em certos casos, inviabiliza a realização das refeições diárias é a questão da fila. Por serem frequentados por toda universidade, os restaurantes universitários contam com grandes filas, fazendo com que o estudante perca 40min ou mais aguardando sua vez dependendo da hora do dia. Quando esses casos acontecem com alunos que tem carga horário integral ou estágio, a opção muitas vezes é abandonar o bandejão e buscar uma alimentação mais rápida e menos saudável.
A partir do momento em que qualquer coisa, como a alimentação, pode afetar o desempenho nos estudos, torna-se importante se atentar para a raiz do problema. Os estudantes sofrem pela pouca atenção que lhes é dada em relação a grade de horários que restrita seus hábitos alimentícios. Mesmo com esses detalhes citados, o bandejão ainda é muito importante na rotina dos universitários e é importante valorizá-lo. Resta, no momento, alertar as Universidades que se atentem as opções para melhoria em relação ao espaço do restaurante e grade horária.
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