Violência vira rotina dos jovens universitários do Rio de Janeiro
- Jornalismo UERJ
- 6 de mai. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 13 de mai. de 2019
Alunos procuram meios de fugir da violência que circunda as universidades públicas

Por Thulany Dhara
No dia 7 de março a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) sofreu com uma intensa troca de tiros, que ocorreu próximo a universidade, entre policiais militares e criminosos. Em maio de 2018 uma onda de violência assustou os alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o sequestro de um casal de professores, que durou 11 horas, foi o que mais chamou atenção entre os roubos a pedestres e de veículos. A violência também chegou aos campus da Universidade Federal Fluminense (UFF). No mesmo período do ano passado, uma república onde moram cinco estudantes da universidade foi invadida e roubada, e uma jovem de 22 anos foi violentada quando saía de um bar na Cantareira, lugar muito popular entre os estudantes da UFF. Apesar das promessas de melhoria na segurança, os universitários ainda sofrem com a violência, que se tornou parte da rotina dos jovens.
Na cidade do Rio de Janeiro, de acordo com o Instituto de Segurança Pública, o número de estupros passou de 400 no primeiro trimestre de 2019. Nesse mesmo período também foram registrados 3.953 casos de roubo de celular e 18.631 casos de roubo de rua, 1070 a mais que o mesmo período do ano passado. Guilherme Pimenta, aluno de engenharia naval da UFRJ, disse em entrevista ao Jupiter que “ a universidade tem seguranças de uma empresa terceirizada, mas eles não conseguem cobrir nem 10% dos problemas que acontecem no Fundão, entre eles assaltos, sequestros, estupros, homicídios, arrastões e etc”. Perguntado sobre as medidas que ele toma para evitar a violência, Guilherme respondeu que não costuma sair do próprio prédio, mas quando precisa ele busca alguém para ir com ele. Fora da capital do estado a situação não é muito diferente. Na UFF, localizada em Niterói, também são frequentes os casos de roubo e furtos.
"a universidade tem seguranças de uma empresa terceirizada, mas eles não conseguem cobrir nem 10% dos problemas que acontecem no Fundão, entre eles assaltos, sequestros, estupros, homicídios, arrastões e etc”
A estudante de veterinária, Letícia Santana, disse que próximo ao campus dela há uma rua chamada “rua do perdeu”, no qual os universitários evitam passar. A Rua Professora Lara Vilela em São Domingos e a Rua Hernani Melo, foram apelidadas dessa forma devido ao grande número de assaltos que ocorrem nelas. Os alunos também marcaram a entrada do Instituto Biomédico da UFF com um alerta: Cuidado! Assaltos.

Com a falta de policiamento nas regiões, as universidades buscaram medidas para aumentar a segurança nos campus. A UFRJ criou a UFRJ SEGURA que contém as novas medidas de segurança que a universidade pretende adotar, como a implantação de câmeras de segurança e sistema de controle e restrição de acessos. Além de um espaço para fazer denúncias na Delegacia Online e orientações de segurança e a quem recorrer se for preciso de apoio. A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), conhecida pelos inúmeros casos de estupro, tem a Divisão de Guarda e Vigilância (DGV) que criou um espaço para relatar ocorrências de violência sexual, além de oferecer dicas de segurança para os alunos. As alunas da universidade rural se uniram e criaram o movimento Me Avisa Quando Chegar que surgiu devido ao aumento dos casos de assédio e estupro com o objetivo de denunciar o crescimento da violência, a insegurança no campus, entre outros.
Universidades como a Uerj, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), UFF, UFRJ, UFRRJ e etc, continuam sendo vítimas da violência que ocorre em todo o estado do Rio e acaba afetando a vida dos discentes e docentes. O Governo do estado do Rio de Janeiro não tem nenhuma medida para aumentar a segurança dos alunos nas universidades atualmente. Perguntado sobre possíveis medidas a serem tomadas, o governador Wilson Witzel não respondeu até a publicação dessa matéria.
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