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Castores da Guilherme

  • pedrowb
  • 11 de jun. de 2019
  • 3 min de leitura

Conheça a história da principal torcida organizada do Bangu


Festa da torcida do Bangu no estádio Moça Bonita

Por Raphael Fernandes


Bicampeão estadual (1933 e 1966) e vice-campeão brasileiro em 1985, o Bangu é um dos clubes mais tradicionais do Rio de Janeiro. Mesmo sem disputar a elite nacional desde 1988, a Castores da Guilherme nunca viu isso como empecilho para torcer pelo Alvirrubro Carioca.


Criada em 2011, a principal torcida organizada do “Banguzão” surgiu de uma derrota.

Insatisfeitos com as vaias e reclamações dos torcedores mais velhos, após o Bangu ser eliminado da Copa Rio pelo Friburguense, um grupo de amigos resolveu se juntar para colocar um ponto final nisso. O objetivo inicial da Castores da Guilherme era resgatar o amor pelo Bangu e valorizar a tradição do clube. Algo que fora esquecido pelos mais antigos ao longo dos anos.


Com o lema de apoiar o Bangu, independentemente de qualquer circunstância, o nome da torcida é uma homenagem a Castor de Andrade, o qual foi patrono do Bangu, e à Praça Guilherme da Silveira, que fica em frente ao estádio Moça Bonita. Atualmente, a Castores é composta, em sua maioria, por jovens entre 15 a 29 anos e conta com 13 pessoas em sua diretoria.


Para Maria Luiza, 18 anos, é sempre uma experiência nova estar com a Castores da Guilherme: “Eu conheci a torcida do Bangu através de um grande amigo meu. Em 2016, fui em um jogo contra o Vitória no Moça Bonita e a partir dali pintou uma paixão quase que ‘epifânica’ pela torcida. Fui me interessando cada vez mais pela história do clube e quando me dei conta nunca mais tirei a camisa alvirrubra. Estar com a Castores vibrando pelo Bangu é sempre uma experiência nova, diferente e especial.”


Gabriella Souza, 20 anos, afirma que já foi alvo de piadas por torcer pelo Bangu, porém isso não lhe afeta mais: “Sempre tem aquelas piadinhas sem graça. Eu não gosto muito. Às vezes, eu fico um pouco com raiva e respondo de forma bem ríspida. Mas isso não me afeta diretamente, pois eu sei muito da história do meu time. Temos passado por muitas dificuldades, mas o Bangu é um time gigante. Ainda temos potencial para voltar a ser um time mais reconhecido pelas pessoas. Eu sei que é muito difícil entrar nesse meio midiático que o futebol se transformou, mas estamos resistindo.”


Torcida alvirrubra marca presença no Maracanã

Para Igor Muniz, 20 anos, a história mais inusitada de sua vida foi quando teve que se deslocar às pressas até Resende com o intuito de assistir a última partida do Bangu no Campeonato Estadual: ”Em 2012, eu e meu pai vimos toda a sofrível campanha da Taça Guanabara, onde o Bangu perdeu todos os jogos. O rebaixamento era iminente. Apenas uma estrondosa Taça Rio nos livraria de um novo vexame. Graças a Deus, as vitórias vieram. Eu e meu pai tínhamos ido a todos os jogos naquele campeonato, mas o último jogo, o decisivo para irmos às semifinais e escapar do rebaixamento, estava ameaçado, porque era em Resende e meu pai estava com a carteira vencida. O jogo, marcado para às 16h, estava praticamente fadado a ser visto pela TV. Até que, às 14h, meu primo aparece e vai conosco na carona, para, em caso de blitz, assumir a direção. Saímos de Bangu às 14h e chegamos 15h40 em Resende. Voamos na Dutra e o Bangu, em campo. 3x0 fora de casa, classificados às semifinais e livres do rebaixamento. Que ano.”


De acordo com Guilherme Travassos, um dos líderes da Castores, é preciso viver o Bangu e amar a história do clube: “A Castores da Guilherme é uma torcida que canta 90 minutos, mesmo perdendo ou ganhando. Além de apoiar, é preciso viver o Bangu. Temos que está presente no dia a dia do clube e principalmente entender a importância disso. Nós não criamos expectativas por grandes resultados. Torcemos para o Bangu porque amamos a história do clube e entendemos a importância que ele tem no futebol brasileiro. Para quem não sabe, o Bangu foi o primeiro clube que aceitou negros em seu elenco. Foram operários e trabalhadores que deram a vida para a criação desse clube. “

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