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Depressão pode ser uma doença hereditária

  • Foto do escritor: Jornalismo UERJ
    Jornalismo UERJ
  • 11 de jun. de 2019
  • 2 min de leitura

Expansão da doença tem se dado também pelo fator genético


Por João Felipe


A depressão é uma das doenças que mais atingem os jovens, ela é gerada por diversos fatores dentre eles o fator genético, ou seja, a doença pode ser passada a partir da hereditariedade. Entender este fator é importante para compreender como funciona a depressão.


A doença tem se tornado preocupação para diversos psicólogos, por ser uma doença extremamente incapacitante. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão será a doença mental mais incapacitante do mundo até 2020. O Brasil é o país da América Latina com mais casos de depressão, 6% da população sofre com a doença.


Os jovens são os que mais sofrem com a depressão, pois segundo a Associação Brasileira de Psicanálise cerca de 10% dos adolescentes brasileiros sofrem dessa doença. Para entender como a depressão pode se manifestar tão cedo é necessário não só olhar para os fatores físicos, mas para os químicos também. Ou seja, é preciso entender como a doença se manifesta a partir dos genes.


“Comecei a sofrer com a depressão aos 20 anos, foi uma tristeza profunda que surgiu de forma repentina. Eu simplesmente não tinha mais forças nem para sair da cama, só chorava o tempo inteiro, eu fiquei nesse estado por quase um ano”. Afirma a enfermeira, Vanessa Pereira de 25 anos.


Entender o desenvolvimento da doença em Vanessa é necessário investigar se há ocorrência em sua família. “Eu comecei a desenvolver a depressão quando tinha 35 anos, era um estado letárgico, a tristeza me paralisou. Quando acompanhei o sofrimento da minha filha, foi impossível não lembrar do que aconteceu comigo, os sintomas e até os fatores foram idênticos”. Explica a dona de casa, Sandra Pereira de 50 anos, mãe da Vanessa.


A probabilidade da doença se manifestar em uma pessoa, quando há recorrência familiar é realmente maior, como foi constatado na pesquisa da Universidade da Carolina do Norte, em que 135 mil casos foram analisados.


A depressão possui um momento de ativação, por mais que seja imperceptível para algumas pessoas o ambiente age como reator para a doença. São os chamados “gatilhos”, que podem ser o estresse e perda de pessoas próximas.


“O estresse, pode fazer com que a depressão seja manifestada em pessoas que tenham uma predisposição para o desenvolvimento da doença. Os fatores psicológicos e sociais, são consequências da depressão”, Explica a psicóloga Letícia Alvarenga.


Depressão em pessoas negras


As pessoas negras possuem uma maior propensão para desenvolver a depressão, e segundo o Ministério da Saúde os suicídios aumentaram 12% entre os jovens negros, enquanto entre os brancos o índice se manteve estável.


O fato de o Brasil ter sido um dos últimos países do mundo a abolir a escravidão, gerou uma grande consequência negativa para a população negra do país. O racismo que se faz presente em nossa sociedade influencia diretamente na expansão da doença.


A crescente taxa de suicídios deve ser analisada em comparação com a estrutura da nossa sociedade. Ainda segundo a psicóloga Letícia Alvarenga, que é especializada na saúde mental de pessoas negras, “o problema está no racismo estrutural da nossa sociedade, que banaliza diversos os tipos de agressão contra a população negra. Sendo assim, essas pessoas começam a ter uma propensão maior de desenvolver a doença por conta dos fatores externos”.

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