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Os benefícios da visitação para crianças em hospitais

  • Foto do escritor: Jornalismo UERJ
    Jornalismo UERJ
  • 11 de jun. de 2019
  • 4 min de leitura

Projetos de música e teatro trazem alegria para pacientes e também visitantes


Por Ingrid Rodrigues


Diversos grupos realizam projetos voluntários cujo objetivo é levar alegria e diversão para crianças internadas em hospitais. Seja através de música, teatro ou até mesmo brincadeiras tradicionais da infância. As visitas ajudam, não somente os pacientes, mas também quem realiza a visitação.


Mariana Ferreira, de 19 anos, é estudante de música, atriz de teatro musical, e apaixonada por crianças. Ela começou a visitar hospitais infantis em fevereiro de 2019, sem esperar nada em troca. Teve o primeiro contato com esse tipo de projeto a partir de um curso de teatro no qual faz parte, o Centro de Estudos e Formação em Teatro Musical (CEFTEM), no Rio de Janeiro.

A jovem, ao lado do grupo de teatro, já fez visitas em hospitais da Rede D’Or através de uma parceria da rede de hospitais com o CEFTEM e o Teatro Riachuelo, assim como o Hospital Estadual da Criança. O grupo faz apresentações musicais e pequenas informações para os pacientes mais novos, e tem como principal missão levar sorrisos ao rosto deles.


Para Mariana Ferreira, o benefício não é somente dos pacientes, mas também das pessoas que fazem a visita, graças ao contato com as crianças e seus familiares, que, de acordo com a jovem, é a melhor recompensa que ela poderia receber. De acordo com a estudante de música, “A melhor parte é quando você percebe que a alegria está em pequenos gestos. Assim que entramos nos quartos, as crianças e os pais abrem um sorriso enorme e isso ninguém pode comprar”.


A voluntária Mariana Ferreira comentou também sobre os muitos momentos emocionantes que vivenciou enquanto se apresentava, ao lado dos outros voluntários do grupo, para as crianças. “Em uma das visitas, entramos no quarto de um menino na área oncológica. Assim que entramos ele abriu um sorriso e ficou olhando pra gente fascinado. Os pais do menino falaram que ele amava música, e que iria adorar ver a gente cantando. Começamos a cantar ‘Aquarela’, do cantor Toquinho, e o pai do menino começou a chorar. Não sei ao certo por que, mas de certo forma foi o momento que mais me tocou.”. Ela contou ainda que este momento em particular a marcou, pois ela conseguiu perceber que fazia parte de algo que tocava não apenas as crianças, mas também seus pais, responsáveis por carregar a maior parte do sofrimento emocional de ver seu filho doente.


Para Mariana Ferreira, o benefício não é somente dos pacientes, mas também das pessoas que fazem a visita, graças ao contato com as crianças e seus familiares, que, de acordo com a jovem, é a melhor recompensa que ela poderia receber.

Pesquisa destaca a importância de trabalhar atividades lúdicas com crianças nos hospitais


Em 2012, foi publicado na Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste (REVRENE), uma pesquisa realizada por Caroline de Castro Moura, Zélia Marilda Rodrigues Resck, Eliza Maria Rezende Dázio. As co-pesquisadoras tiveram como local de pesquisa as Unidades de Internação Clínica e Cirúrgica de um hospital geral localizado no município de Alfenas, MG. O trabalho focou em como e o quanto atividades lúdicas realizadas em pacientes com câncer são responsáveis por aumentarem suas chances de recuperação, assim como adaptação às consequências da doença, pois essas atividades de recreação geram uma mudança no ambiente que o paciente vive todos os dias, causando uma quebra divertida na rotina.


Ainda de acordo com a pesquisa, as atividades que possuem as melhores respostas dos pacientes são relacionadas a música e a brincadeiras feitas por palhaços. A conclusão do trabalho de Moura, Resck e Dázio afirma que “atividades lúdicas realizadas com pacientes oncológicos atuam como catalisadoras no processo de sua recuperação e adaptação, representando uma estratégia de enfrentamento das condições adversas da hospitalização e da doença.”, de acordo com o material publicado.


Outros grupos continuam espalhando sorrisos em hospitais e clínicas



Muitos grupos, ONGs e projetos sociais realizam visitas em ambientes médicos, para tentar diminuir um pouco o sofrimento dos pacientes através de músicas, encenações e brincadeiras. Alguns deles são os grupos “Heróis do Bem” e “Operação Arco-Íris”, que visitam hospitais em São Paulo levando sorrisos para as crianças com palhaços e brincadeiras.


No Rio de Janeiro, alguns grupos, além do CEFTEM, se destacam alguns grupos como a organização sem fins lucrativos “Doutores da Alegria”, fundada pelo ator, palhaço e empreendedor social Wellington Nogueira em 1991, que atua na capital fluminense, entre outras cidades. Entretanto, esta organização não se declara voluntária, apesar de seu trabalho ser gratuito para os hospitais e mantido por doações de pessoas e empresas. A instituição “Doutores da Alegria” também opta por contratar profissionais formados em Artes Cênicas.


Outro projeto que leva alegria a um hospital é o “INCAvoluntário”, que surgiu na década de 1950. Esse projeto, realizado pelo Instituto do Câncer (INCA), desenvolve diversas atividades para os pacientes do Instituto, especialmente nos seus hospitais. A principal missão do “INCAvoluntário” é a humanização do ambiente hospitalar através de atividades educacionais, recreativas, culturais e de lazer, assim como datas comemorativas, que são postas em prática por voluntários junto com os pacientes do Instituto.


De acordo com a psicóloga, Arizete Ramos “os pacientes, especialmente as crianças se beneficiam profundamente das atividades realizadas nos hospitais, pois estas agem como uma distração para eles. Atividades lúdicas estimulam os pacientes, os alegram e os divertem, através delas, muitos pacientes passam por evoluções em seu processo de recuperação”.

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