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Doulas ocupam lugar de destaque na assistência a grávidas

  • Foto do escritor: Jornalismo UERJ
    Jornalismo UERJ
  • 14 de mai. de 2019
  • 3 min de leitura

Atualizado: 10 de jun. de 2019

Rio de Janeiro possui leis que incentivam e regulamentam a profissão


Por Allexia Silva


Doulas são profissionais que atuam na assistência de mulheres durante o período gestacional, no parto e nos primeiros dias de vida da criança. Por meio de técnicas não farmacológicas, as doulas visam atender as necessidades físicas e emocionais da grávida. Porém a profissão não é regulamentada nacionalmente, mas, no Estado do Rio de Janeiro, o direito de ser assistida por doulas é garantido pela lei 7314/16 e pelo Programa Toda Mulher Merece Uma Doula, previsto na lei 8307/19.


No Rio de Janeiro, o que viabiliza a doulagem em partos hospitalares é a lei 7314/16 que torna obrigatório o acesso de doulas em maternidades públicas e privadas, conforme o desejo da mulher. Em complemento, a lei que institui o Programa Toda Mulher Merece Uma Doula prevê a inclusão de políticas que reforcem a importância das doulas desde a gravidez até o nascimento. Além disso, o programa deve promover capacitações para as profissionais e orientar as grávidas das consequências positivas desse acompanhamento.


Para Morgana Eneile, presidente da Associação de Doulas do Rio de Janeiro e assessora do Deputado Carlos Minc, autor do projeto da lei 8307/19, o Programa Toda Mulher Merece Uma Doula é uma chave para a criação de mecanismos que melhorem a atuação das doulas. Ela ressalta ainda que a lei era uma necessidade: “A gente percebeu que para o estado investir ou até mesmo formular políticas com relação a assistência prestada por doulas, era preciso que isso existisse dentro do conjunto de normativas. Foi um trabalho em conjunto entre o deputado e a associação de doulas”.


Entre as funções da doula, se destacam o combate a violência obstétrica e a construção de um parto seguro, humanizado e agradável para mãe e filho. Nesse sentido, a profissional deve apoiar e oferecer um ambiente confortável para a gestante. Os métodos utilizados são naturais, como a aromaterapia, a cromoterapia e algumas recomendações de exercícios físicos que auxiliam no desenvolvimento do parto natural.


Mariana Cassim é doula há um ano e escolheu essa profissão após o nascimento do filho, quando sentiu a vontade de ajudar outras grávidas nesse período. A partir disso, Mariana afirma que a doulagem busca também o empoderamento da mulher enquanto mãe: “Nosso trabalho é informar todos os procedimentos e empoderar a mulher na sua gestação. Encorajamos muito, mostramos que ela consegue, tranquilizamos o acompanhante e fazemos também uma ponte entre o médico e gestante”. Junto a isso, para Mariana, as doulas do Rio de Janeiro são privilegiadas por terem respaldo legal para trabalhar.


Cada processo gestacional é único, porém, para mães de primeira viagem é um conjunto de novidades ainda maior. Para Amanda Mirasierras, que foi acompanhada por uma doula, o auxílio profissional é grandioso, mas outros fatores contribuem mais para um bom parto: “Não acho que o trabalho de parto teria sido mais difícil sem doula. Meu marido foi meu acompanhante e o apoio dele foi fundamental. Se eu tivesse uma segunda gestação, talvez não fizesse tanta questão da doula, apesar de ela ter me amparado e me feito sentir acolhida e segura”.


No Brasil, a humanização do parto é uma crescente corrente entre profissionais obstetras e doulas. A ideia é que a mulher reconheça a força do seu corpo e entenda que intervenções cirúrgicas devem ser consideradas somente em caso de necessidade. Dessa forma, a doulagem é eficaz na execução de um trabalho que reduz as dores de formas não farmacêuticas.

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