Movimento contra a vacinação ganha adeptos no Facebook
- Jornalismo UERJ
- 6 de mai. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 10 de jun. de 2019
Grupos oferecem informações opostas às recomendações do Ministério da Saúde

Por Allexia Silva
O Facebook se tornou um espaço de divulgação das crescentes manifestações antivacinas no Brasil. Por meio de páginas e grupos, os usuários da rede social que discordam dos mecanismos de imunização compartilham informações contrárias às indicações do Ministério da Saúde. O conteúdo dessas páginas encoraja a não aplicação de vacinas nas crianças, violando as obrigações previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Certos grupos e páginas, como “Vacinas: O maior crime da história!”, com cerca de 5 mil membros, e “O lado obscuro das vacinas”, com aproximadamente 1,9 mil curtidas, contestam a vacinação como um todo.
Ativistas antivacinas utilizam as ferramentas do Facebook para propagar riscos que, segundo eles, as vacinas oferecem para a população. O grupo “Sou contra a Vacina HPV” conta com 5,9 mil membros e, até a publicação desta matéria, está em modo público – não é preciso ser membro para acessá-lo. As postagens variam entre documentos que apontam um possível mal desempenho da vacina e relatos de pessoas que teriam ficado doentes após recebê-la. O principal foco é a Gardasil, uma das vacinas que previnem o Vírus do Papiloma Humano (HPV).
Certos grupos e páginas, como “Vacinas: O maior crime da história!”, com cerca de 5 mil membros, e “O lado obscuro das vacinas”, com aproximadamente 1,9 mil curtidas, contestam a vacinação como um todo. Nesses espaços, os administradores apresentam diversos documentos em outros idiomas que questionam a eficiência da vacina e tiram dúvidas de novos participantes.
Em nota de março deste ano, o Facebook se comprometeu a ajudar na luta contra informações sobre vacinação que violem as determinações da Organização Mundial da Saúde (OMS): “Estamos trabalhando para combater a desinformação de vacinas no Facebook, reduzindo sua distribuição e fornecendo às pessoas informações confiáveis sobre o assunto”. Contudo, as páginas e grupos citados continuam a funcionar normalmente.
No Brasil, é recomendado que todos os cidadãos tomem vacinas de acordo com o calendário nacional e com as campanhas. O Ministério da Saúde afirma que elas previnem as doenças e suas possíveis sequelas. Vacinas são substâncias preparadas a partir de vírus e bactérias que estimulam o organismo a produzir anticorpos.
A vacinação levou à erradicação de doenças graves, como a poliomielite que pode paralisar os membros inferiores permanentemente. Em 2016, o Brasil recebeu da OMS o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo. Novos casos, porém, apareceram em 2018 – vale lembrar que nesse mesmo ano, o número de crianças não vacinadas apresentou o maior índice em 16 anos.
Para Lucimar Gonçalves, professora do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a segurança da vacina é inquestionável levando em consideração que são realizados muitos testes antes de chegarem aos hospitais. Ela destaca também o perigo da não vacinação: “Existe um risco muito grande das pessoas não se vacinarem e, por isso, trazerem novas epidemias. Além disso, é uma grande bobagem colocar os filhos em risco até de vida. É um retrocesso!”
Outro ponto importante abordado por Gonçalves é a posição do Brasil mediante ao assunto: “O sistema de imunização brasileiro é elogiado em todo o mundo, mais uma prova da segurança oferecida a população.”
As crianças e adolescentes brasileiros precisam receber todas as 19 vacinas distribuídas gratuitamente nos postos de saúde. É um direito assegurado pelo ECA e cabe aos responsáveis legais garantir esse acesso. Na cidade do Rio de Janeiro, desde 2013 é obrigatória a apresentação da caderneta de vacinação atualizada corretamente para a matrícula de crianças nas escolas e creches públicas e privadas. em-vindo ao post no seu blog. Use este espaço para conectar-se com seus leitores e com seus clientes potenciais de uma forma atualizada e interessante. Pense nisso como uma conversa na qual você pode compartilhar atualizações sobre o negócio, tendências, notícias e muito mais.
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