Preservação da memória e história do futebol carioca
- pedrowb
- 13 de mai. de 2019
- 3 min de leitura
Vasco e Flamengo são pioneiros no resgate e conservação da memória

Por Matheus Pinheiro
Um centro de memória é uma área, dentro de cada instituição, responsável por reunir, organizar, conservar e produzir conteúdo a partir da memória institucional. No caso da dupla Flamengo e Vasco, esse departamento atua no resgate de objetos e fotografias históricas, no reparo desses itens e na conservação deles. Apesar de o Fluminense estar começando a se dedicar mais ao centro de memória de seu clube, Vasco e Flamengo são pioneiros na restauração e conservação de sua história esportiva.
Em 2002, foi inaugurado o centro de memória do Vasco da Gama, porém só em 2008 começou uma organização mais profissional no acervo do clube: “O acervo histórico estava completamente desorganizado, alocado de forma prejudicial à sua conservação. Algumas fotografias estavam em processo avançado de deterioração”, disse Walmer Peres, historiador do Vasco. No Flamengo, como no caso do arquirrival, objetos históricos eram deixados largados no chão, pegando sol e chuva e fotografias não eram adequadamente conservadas.
Atualmente, os dois clubes possuem departamentos especializados no resgate e preservação da memória. A equipe de museologia do patrimônio histórico do Clube de Regatas do Flamengo realiza: planejamento de exposições no Fla Memória; preservação e conservação; inventário e documentação; pesquisa do acervo e acompanhamento das restaurações do acervo. “Tudo que tem de acervo está sendo inventariado e documentado atualmente, antes estava tudo desorganizado, agora fotografamos e alimentamos no banco de dados”, contou a museóloga Taísa Pires. Segundo Walmer: “O Vasco possui um local específico para guardar documentos e fotos, com controle de temperatura e umidade. Os CD’s, discos e DVD’s que compõem o arquivo audiovisual estão acondicionados com capas Filifold Documenta, além de já estarem em versão digital.”

O objetivo dos dois grandes clubes cariocas é construir um museu para abrigar todo acervo histórico e receber a visitação do público. Rodrigo Saboia, gerente de patrimônio histórico do Flamengo, afirmou que, visando a modernidade e o futuro, o departamento fechou uma parceria com a empresa argentina Mude, responsável pelo projeto e execução dos museus desportivos do Boca Juniors, Benfica, Juventus-ITA, River Plate e da Conmebol. “Está prevista uma área de 2.000 metros quadrados na sede da Gávea, para transformar o Fla Memória no maior museu de um clube do futebol brasileiro, com 15 salas interativas e uma sala multiuso com 250 lugares, a expectativa é que o número de visitantes chegue a 150.000 ao ano e que as obras estejam concluídas no segundo semestre de 2019.”
Segundo Walmer, o Vasco possui um projeto para a construção de um Museu, porém sem previsão de inauguração. Por enquanto, o clube possui o Salão de Troféus, administrado pelo centro de memória. Outra maneira de conectar o público com a história da instituição é a criação do site Vasco Memória, que está em produção. “Vai ser uma área de disponibilização do acervo e de produção intelectual do centro de memória. Estará disponível ainda nesse ano de 2019.”, concluiu Peres.
A exposição do Fla Memória acontece de terça à sexta das 10:00 horas às 18:00 horas, aos finais de semana e feriados das 09:00 horas às 15:00 horas. O valor da entrada é de 30 reais a inteira e 15 reais a meia. A visita à São Januário custa o mesmo valor e funciona de segunda a sábado, com horários pré-definidos, com grupo de até 30 pessoas.
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